Eis-me aqui de novo nesta estação
22 de março de 2019
Eis-me aqui de novo nesta estação
tentando pegar o trem do meu ofício
ou arte sombria.
Fico aqui à espera, enquanto trabalho
minerando palavras
e decantando motivos.
Não quero viagens curtas
(nessas, quando chego ao fim,
percebo que perdi o melhor do trem e do caminho).
Contudo, é um dia bom!
Porque não tenho destino marcado,
continuo trabalhando e esperando:
Trabalhando como o colibri,
que tem de bater as asas freneticamente
para cativar a flor e poder sorver seu açúcar,
esperando tranquilo, como um lorde bêbado
que tropeça, mas não perde a pose;
caso eu perca todos os trens
ou embarque num vagão errado.