Bolero
1 de março de 2019
E se tocasse, agora, uma música lenta
Você saberia o ritmo, os passos?
Seguiria meus pés, cairia nos meus braços?
Sentiria o pulso forte que me desorienta?
Talvez você se deixasse ser conduzida
Por um bolero de orquestra, uma balada
Ou qualquer canção triste, quase parada
Que parasse o tempo com você abstraída.
E neste átimo fugaz, você me seria inteira,
Quase como um órgão que me fosse doado.
Aí seria a dança de um só, desesperado,
Para que durasse uma vida, mesmo que ligeira.