A verdade interior
20 de março de 2019
Eu não existia antes de você,
mesmo eu sendo mais velho.
Não existindo, eu não tivera passado.
– O tempo necessita da existência para se medir –
Aí, fez-se você! Eu pude, enfim, nascer.
Nasci olhando para o céu,
cofiando o cabelo em ondas,
sem choro, sem dor, sem cordão.
Lembro bem daquela sensação
que me embalou em presente,
vinda lá de onde se faz o calor da febre
e de onde se esconde o eriçado do calafrio.
O ar que me inflava os pulmões
tinha ritmo e vontade próprios.
E isso já era mais do que suficiente
naquele fim de verão quente e pontual.